domingo, 12 de agosto de 2012
Volta, Razão
segunda-feira, 9 de abril de 2012
SENTIDOS DO AMOR (Perfect Sense) - Trailer Legendado by inSanos
quarta-feira, 21 de março de 2012
Canto-te, Poesia
Canto-te, Poesia
Para que os homens
Abandonem a contumaz surdez
Que os tornou tão pequenos
E para que abracem de novo
Uma vida repleta de versos
Que, mesmo não rimando,
Trarão consigo a simplicidade
Própria de um mundo
Vestido de flores e águas cristalinas.
Sara Gonçalves
Braga, 21 de março de 2012 - Dia Mundial da Poesia
segunda-feira, 12 de março de 2012
Peço-te, tempo, que sossegues
Sossega para que chegue tardiamente
Tudo o que é gasto e vetusto,
Pois é meu desejo permanecer
Na simplicidade da juventude,
Isenta de peso e responsabilidade.
Zelo pelo perdurar da inocência
Da mesma maneira que o fazem
Todas as cândidas moças
Que aguardam ser aprisionadas
Pelos braços dos seus amantes sôfregos,
Sob o doce luar primaveril
Que ilumina os solos ainda húmidos.
Peço-te, tempo, que me devolvas
Cada minuto que desperdicei
Com ilusões e devaneios próprios
De quem ainda tão pouco sabe sobre a vida.
Já só quero o que os olhos veem,
Não mais o que pensam ver.
Preciso de esquecer a ilusão
Fruindo e usufruindo da realidade.
Tempo para ser o que ainda não fui,
Tempo para viver a mocidade até hoje enegrecida
Por nuvens cinzentas e choradeiras
Que, impiedosa e desmesuradamente,
Me molharam o rosto rosado.
Deixar o meu pensamento ser artista
E vê-lo pintar longos e solarengos caminhos
Que aguardarão ser percorridos
Antes que o retorno solte o seu último suspiro;
Permitir que estas mãos que amam a natureza
Plantem jardins despidos de ervas daninhas;
Encontrar girassóis e flores-de-lis inesperados
Enquanto me deleito com o canto dos rouxinóis;
Libertar-me da mesmidade que enclausura
Este mundo cego por toda a poeira que o cerca;
Ouvir sem pressas o meu respirar, já tão fatigado
De ser silenciado pela agitação da vida;
Tudo isto eu ambiciono, tempo!
Por isso te peço que sossegues.
Sossega para que eu possa concretizar
Cada sonho que carrega este poema.
Sossega, tempo.
Sossega.
Sossega…
Sara Gonçalves
Torres Vedras, 11 de março de 2012.
Poema apresentado ao concurso "3º Encontro de Poesias" da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
segunda-feira, 5 de março de 2012
Feira do Livro 2012
Este ano, a Feira do Livro de Lisboa realizar-se-á entre os dias 24 de abril e 13 de maio, no Parque Eduardo VII.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Antevisão aos Óscares 2012
Este ano revela-se favorável para os críticos do cinema de Hollywood fazerem-se ouvir. Mais do que nunca. Acontece que todos os candidatos ao Óscar de melhor filme são bons, mas não o suficiente para estarem nesta corrida. Talvez o que se aproxime mais do protótipo que tal estatuto reivindica seja O Artista, de Michel Hazanavicius. Não pela sua mudez (este filme não é mudo; aparecem, inclusivamente, vozes no final), mas sim pela forma como nos prende a atenção durante quase uma hora e trinta minutos e, claro, pela sua música. A banda sonora é encantadora!!! Destaco o maravilhoso cão da personagem George e vergo-me perante a cena extremamente comovente em que ele implora com os seus olhos para que o dono não cometa suicídio. Outro tributo ao cinema é A Invenção de Hugo que, a meu ver, ficou aquém das expectativas (talvez não devesse, pessoalmente, ter-lhe depositado tantas). Não obstante, acho curioso estarem a lutar pela estatueta dois filmes que exaltam a sétima arte (sem nunca chegar aos calcanhares do delicioso Cinema Paraíso, vencedor de um óscar para melhor filme estrangeiro, em 1990). Em relação aos restantes nomeados, e apesar de já aqui ter declarado que nenhum merece ganhar, gostei de todos (até de Moneyball, que não faz de todo o meu género), mas quero sublinhar outros dois que, de certa forma, me tocaram: o primeiro é A Árvore da Vida, que me parece ser realmente uma obra-prima pela sua fotografia. Ao longo da narrativa, vemos um bebé crescer no ventre da mãe, vemos o planeta Terra no espaço, vemos uma árvore no meio do deserto, vemos cor, luz, sentimos dor, sofreguidão e, à medida que tudo isto acontece, ouvimos o nosso coração bater com uma celeridade cada vez maior, apesar da estranha calma em que parecemos estar embebidos. Sim, este filme suscita esta contradição: faz-nos parecer que nada mudou, mas, à medida que as cenas passam, nós estamos, efetivamente, a mudar. Este jogo é, no mínimo, brilhante! Advogo também que Brad Pitt não deveria ter recebido a sua nomeação por Moneyball, mas sim por esta última obra referida. O segundo filme que destaco é Cavalo de Guerra, de Steven Spielberg (que, este ano, está de parabéns por ser o produtor com mais nomeações na corrida). Gostei particularmente desta película por revelar o amor e a devoção que podem existir entre um homem e um animal que lutam, vencem e, por fim, têm a maior de todas as recompensas: um reencontro já nos términos da I Guerra Mundial. No que toca aos restantes filmes (já escrevi um artigo neste blogue sobre Meia-Noite em Paris, pelo que não vou voltar a dar a minha opinião sobre este filme), posso desde já afirmar alguma desilusão em relação a Os Descendentes: George Clooney faz, de facto, um ótimo papel (a sua imagem no hospital, a falar com a mulher que se encontrava em coma, ficou-me na memória pela sua densidade e carga psicológica) e talvez mereça o óscar, mas o filme não merece. O resultado final pareceu-me um pouco banal (talvez a culpa seja do cenário hawaiano). Antes de terminar, há que referir também o extraordinário papel que desempenham todas as atrizes de As Serviçais e, muito particularmente, o jovem ator de Extremamente Alto, Incrivelmente Perto, Thomas Horn. Estava expectante em relação a este filme por entrarem dois artistas por quem nutro uma grande estima: refiro-me a Tom Hanks e Sandra Bullock. Acontece que o papel desta criança que luta incansavelmente para descobrir o que abrirá uma chave deixada pelo seu pai, falecido no ataque do 11 de Setembro às torres gémeas, no bolso de um casaco, abafa todos os outros. Avassaladora, como seria de esperar, é também a interpretação de Meryl Streep no papel de Margaret Thatcher, em A Dama de Ferro. Veremos se é este ano que a minha atriz predileta arrecada o seu segundo óscar de melhor atriz principal. Espero que sim. Desejo ainda, e acima de tudo, que o espetáculo de amanhã no Kodak Theatre seja melhor que o transato.
Sara Gonçalves
sábado, 7 de janeiro de 2012
Wagner: Tristan und Isolde
Caríssimos leitores:
É com Wagner que vos desejo um ano de 2012 muito feliz, repleto de saúde e de muitos sucessos, quer a nível pessoal, quer profissional!
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Querida Avó
Querida avó,
Desde que partiste que, no dia 8 de dezembro, dedico-te algumas palavras neste meu espaço. Poderia deixá-las na minha mente e, assim, só tu me ouvirias. Porém, o meu amor por ti é tão grande que sou forçada a mostrá-lo ao mundo à minha maneira.
Hoje, Portugal celebra o dia de Nossa Senhora de Conceição. Eu celebro o dia de Conceição Abreu, a mulher mais fantástica que alguma vez conheci. Não te pude acender uma vela (ainda tentei, mas o Sameiro tinha tanta gente que preferi não me enfiar no meio da multidão; não teria aquele silêncio que é imprescindível ao momento em que a chama emerge tal como um beijo que aquece o coração de quem o recebe), nem visitar o sítio onde dormes o mais profundo dos sonos, nem oferecer-te flores. Estou longe. Ainda assim, quero dar-te os parabéns e salientar que nunca me esqueço de ti. Estás sempre comigo e eu contigo. No meio da frialdade, somos o abrigo uma da outra.
Hoje, tive a visita dos meus pais e do teu marido, meu avô. Vi nos seus olhos alguma tristeza; porém, também vi que o esforço por esconde-la foi enorme. Talvez tenham percebido que tu não queres que estejamos tristes, muito menos por tua causa.
Espero que daí, desse lugar de onde nos vês, tenhas ficado orgulhosa com os sorrisos que se desenharam nos nossos rostos, cansados de chorar. Não cansados de te chorar a ti, querida avó, mas sim fatigados deste mundo injusto que, por vezes, não parece ter outra finalidade senão a dor e o sofrimento (como diria o filósofo Schopenhauer que ando a estudar para o teste de quinta-feira).
Quero que todos saibam que és a minha força, a minha inspiração, o meu conforto, a minha referência. Sempre foste, sempre serás.
Vou dormir e espero, sinceramente, encontrar-te nos meus sonhos. Talvez aí te possa abraçar, sentir não só o teu amor, como também o teu cheiro que me faz retornar àquela infância tão feliz que me proporcionaste.
Um beijo acompanhado de muito amor.
Da tua neta.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Parabéns ao Fado!
É caso para dizer... parabéns ao fado!