sexta-feira, 26 de março de 2010

Feira do Livro de Lisboa 2010

Caros leitores:

A APEL já revelou que, este ano, a Feira do Livro de Lisboa decorrerá entre 29 de Abril e 16 de Maio.

O Parque Eduardo VII vai, mais uma vez, transpirar cultura!

quarta-feira, 24 de março de 2010

«Elevando-nos em afectos mais ardentes...»

«Elevando-nos em afectos mais ardentes por essa felicidade, divagámos gradualmente por todas as coisas corporais até ao próprio céu, donde o Sol, a Lua e as estrelas iluminam a terra. Subíamos ainda mais em espírito, meditando, falando e admirando as vossas obras. Chegámos às nossas almas e passamos por elas para atingir essa região de inesgotável abundância, (…) a própria Sabedoria. (…) Antes, não há nela ter sido, nem haver de ser, pois simplesmente «é», por ser eterna.»


Santo Agostinho, in Confissões.

terça-feira, 23 de março de 2010

Ennio Morricone in Venice


Comprei, recentemente, uma edição de luxo de Ennio Morricone intitulada Ennio Morricone in Venice - Live at Piazza San Marco. O pack traz o dvd do concerto na Praça de S. Marcos, em 2008, dois cd's e um book sobre as músicas.
Juntamente com a orquestra sinfónica de Roma (que é, no mínimo, espectacular!), Morricone oferece aos seus fãs e a todos os bons apreciadores de música clássica um concerto memorável.
Ao assistir ao evento pelo pequeno ecrã, senti arrepios do início ao fim.
Aconselho vivamente a compra deste pack (podem adquiri-lo em qualquer Fnac do país por 29,90 euros). Além da maravilhosa comunhão entre maestro e orquestra e, claro, da singularidade das músicas do compositor italiano, o dvd mostra belíssimas imagens de Veneza, bem como algumas frases inspiradoras.
Ennio Morricone nasceu em Roma, em 1928 e, ao longa da sua vida, já foi responsável pela composição e arranjo de mais de 500 filmes e programas de televisão.
Das suas trilhas sonoras mais conhecidas, destaco Era uma vez no Oeste (1968), Era uma vez na América (1984), A Missão (1986), Os Intocáveis (1987), Cinema Paraíso (1988) e Lolita (1997).
Ennio Morricone venceu cinco prémios BAFTA entre 1979 e 1992.
Foi também nomeado pela Academia de Hollywood para cinco Óscares de "Melhor Banda Sonora Original" entre 1979 e 2001.
Em 2007, Morricone recebeu pelas mãos do actor e realizador Clint Eastwood um Óscar honorário "pelas suas magníficas e multifacetadas contribuições musicais ao cinema".

Se quiserem saber mais sobre este meu ídolo, aqui fica o endereço na Internet:

http://www.enniomorricone.com/

Deixo também alguns links com partes de alguns concertos, um deles com a presença da grande figura da música portuguesa (com quem Morricone gravou um disco - Focus -, em 2003), Dulce Pontes.

http://www.youtube.com/watch?v=XvBT9sqXnew
http://www.youtube.com/watch?v=1FzVWlOKeLs
http://www.youtube.com/watch?v=ZNGe7iK1O-4
http://www.youtube.com/watch?v=D1duY7YR8UM

Caros leitores... deliciem-se!


Sara Gonçalves

sábado, 13 de março de 2010

"O mundo não é feito de coisas, mas sim de factos"

O sol estava alto, quente e aconchegante.

Na mais bela cidade, havia de tudo um pouco naquela manhã de Sábado: miúdos a brincar, pais a namorar, idosos a conversar na “Brasileira”, escuteiros a vender baralhos de cartas para o dia do pai, comerciantes com discursos retóricos. No meio de todo aquele cenário, foi o essencial, invisível aos olhos, aquilo que me despertou mais a atenção: a alegria daquela gente perante uns simples raios de sol.

Todos nós pensamos que são as “coisas” que formam o mundo. Aqui está o erro da Humanidade. Como diria o filósofo Wittgenstein, "o mundo não é feitos de coisas, mas sim de factos". Se um indivíduo comprar um carro e atropelar alguém, foi o seu acto que fez mudar a vida das pessoas envolvidas e não o objecto. Os bens materiais são o que de menor há no nosso planeta, ainda que muitos, ao criá-los, tenham alcançado o apogeu da sua carreira.

Cada vez mais se fazem filmes e livros sobre o fim do mundo, nomeadamente sobre o dia 21 de Dezembro de 2012 que, segundo consta no calendário dos Maias (que previram e acertaram na chegada do homem branco, Hernan Corteza, em 1519, por exemplo) porá termo ao planeta Terra tal como o conhecemos hoje. Se tal acontecer, todas as coisas que fomos adquirindo ao longo de uma vida se tornam supérfluas, pois desaparecerão da nossa vista num ápice.

Pergunto: Se sobrevivêssemos a uma catástrofe, o que restaria?

Respondo: Recordações.

Acredito que a memória é o bem mais precioso do Homem, pois é ela que preserva os factos que constroem o mundo. Não são os escritos, os documentários, não! É na nossa cabeça que está tudo aquilo que fomos, somos e tudo aquilo que, um dia, queremos vir a ser.

Se aliarmos a força da mente às sensações, podemos dar a volta ao mundo em 80 dias, tal como nos contou Júlio Verne. Porém, o Homem já não quer dar a volta ao mundo. O Homem quer passar férias na Lua e tentar provar que há vida em Marte para depois se mudar para lá (seria mais fino).

O mesmo animal que passou por guerras mundiais sangrentas, que foi prisioneiro de campos de concentração, que foi escravo de gulags, que chorou e chora com perdas irremediáveis, só olha para as “coisas” e não para uma História que deveria servir de estímulo para remediar males passados e evitar tragédias futuras.

Destruímos cada vez mais o nosso planeta e, um dia, já não haverá raios de sol para alegrar o nosso dia, apenas uma enorme escuridão, a mesma que, neste momento, nos impede de ver o que está diante dos nossos olhos.

Vi a alegria das pessoas que passavam nas ruas com uns simples raios de sol. Mas será que elas sabiam que era o sol o motivo da sua alegria?

O sol estava alto, quente e aconchegante. No entanto, a resposta preferiu vir de encontro à tristeza que vive no meu coração.

Sara Gonçalves,

Braga, 13 de Março de 2010, 20h09m.

quarta-feira, 3 de março de 2010

A maior tristeza de todas

A maior tristeza de todas é não ter tempo para saborear o gosto do mundo.

Sara Gonçalves