sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O marcador de livros

A vida passa-nos tanto ao lado que só hoje descobri haver a "semana da amizade" que, por sinal, decorre de 9 a 13 de Novembro. Estava sentada com os meus livros no meio da multidão quando, um menino com os seus oito ou nove anos de idade, aproximou-se da minha mesa e me perguntou, com aquela honestidade típica das crianças, se eu queria um marcador de livros. Eu, sem saber bem o que responder, fiquei a olhar aquele ser que aguardava ansiosamente pela minha resposta. "É a semana da amizade!", disse ele. "Ah! Quero sim, obrigada!". O menino estendeu-me o marcador e saiu a correr. Branco, com uma fita vermelha a colorir, o pequeno (grande) presente dizia o seguinte: "Wherever there is a human being, there is an opportunity for a kindness" ou, antes, "Onde estiver um ser humano, está também uma oportunidade de amizade" (Séneca). E foi ao ler esta frase que tive uma certeza: para onde quer que vá, este marcador de livros irá sempre comigo.

Obrigada aos meninos do Colégio Luso Internacional de Braga por espalharem a amizade e, sem muito provavelmente saberem, a Filosofia pelos cantos desta cidade!

Eu não sei o que é a saudade

Eu não sei o que é a saudade. Penso senti-la em todos os momentos, mas em todos eles não sei defini-la. Cada segundo respirável tem em si um vazio e um preenchimento. Transporta as memórias do passado, cheira saborosamente as experiências do futuro. Sou alegre para esconder o rosto da minha alma [seja lá ela o que for]; sou triste, porque não posso mentir ao meu coração. Eu não sei o que é a saudade, ainda que ela exista (ou eu pense que sim). Quantas e quantas vezes, digo sentir isso ou de alguém, ou de um lugar, ou de um momento? Quantas e quantas vezes, digo-o espontaneamente, como se soubesse na perfeição definir aquilo que dizem ser um sentimento que fica por aí e não tem mais explicação? Um sentimento é amar, não é sentir saudades do que se amou. Como poderei, então, saber o que é a saudade? Quando me interrogo sobre o porquê de estar assim, nostálgica, as imagens que os olhos do meu pensamento vêem são apenas e só as dos sorrisos que larguei pelos caminhos da vida. Logo, se o senso comum diz que a saudade é triste, está errado. Um sorriso nunca é de tristeza, mas sim de felicidade, [seja lá ela o que for]; mas as lágrimas, essas gotas de água que tanto tentamos prender no nosso corpo eternamente, quando deveríamos era deixá-las correr como o leito de um rio, podem ser o reflexo de algo muito bom que nos está a acontecer. Por isso, quando choro de saudade, choro todos os momentos que vivi e não aqueles que desejo viver. Os que desejo viver não existem. O que desejo viver não o-é. E assim é a saudade.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ágora



Um épico de Alejandro Amenábar com Rachel Weisz no papel de Hipátia de Alexandria, a primeira mulher a dar cartas na astronomia, filosofia e matemática.

Estreia dia 3 de Dezembro, em Portugal.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sentada no meio do vazio

Sentada no meio do vazio,
Ouvindo o vento soprar,
A galopar foge o brio
Daquela que não mais sabe amar.

Alma solta a pairar
Sem rumo, perdida.
De que vale o respirar
Se um dia serei esquecida?

A essência do nosso Ser
Não é mais do que um Vazio,
De quem não se quer perder
Neste lugar a que chamamos Mundo.

[Mundo tão frio!]


Sara Gonçalves