terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sentada no meio do vazio

Sentada no meio do vazio,
Ouvindo o vento soprar,
A galopar foge o brio
Daquela que não mais sabe amar.

Alma solta a pairar
Sem rumo, perdida.
De que vale o respirar
Se um dia serei esquecida?

A essência do nosso Ser
Não é mais do que um Vazio,
De quem não se quer perder
Neste lugar a que chamamos Mundo.

[Mundo tão frio!]


Sara Gonçalves

3 comentários:

  1. Sidharta (Buda) ensinou que do vazio vêm as formas.Ao vazio voltam. Não há essências nem substâncias, nada é eterno, tudo a-parece.O Eu é uma ilusão. A tudo estamos unidos. A filosofia é uma terapêutica.A esperança nasce do medo. Amemos. Tão só. É tudo.

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  2. Este poema descreve lindamente um dos maiores dramas humanos:

    O vazio que tentamos preencher com tudo o que não é nós, pois estamos virados para fora e não para o centro.

    Até conseguimos inverter o olhar, quando fechamos os olhos, mas não conseguimos ver nada. (Ou será que é precisamento o Nada que vemos?..)

    De qualquer maneira, mais vale estarmos vazios, do que cheios de coisas exteriores a nós.

    Não há melhor receptáculo para o Nada (que é Tudo) do que o vazio.

    Bjs!..

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  3. O Vazio... esse estado que nos consome, esse sentimento que nos corrói impiedosa e lentamente, esse mundo paralelo do Não-Sentir, da apatia, da contemplação...
    O vazio... sei bem a que te referes...

    ; )

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