segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pobres criaturas, pobres de espírito

Pobres criaturas,

Pobres de espírito!

Quão pouco têm de vida!

Apraz perguntar se saberão

Sequer o que é um olhar de estima

Ou um sorriso de devoção.


Tanto passa ao lado dessas almas

De vozes gritantes e despidas e

Palavras isentas de significado.

Rostos manchados pelo aljôfar

De esperança numa aurora

Que se quer sem lutar.


Em tão quente lar mãos geladas.

Cansaço de tudo, cansaço de nada,

Nos rostos vulgar queixume e

Nos corpos constante devassar.

Pobres coitados, que se sentem mal amados!

Como não, se nada fazem para amar?

Sara Gonçalves

Torres Vedras, 31 de Janeiro de 2011

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