quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Dia Internacional da Filosofia

Não venho definir o que é a Filosofia, porque ela não se define. Podia fazer da tentativa de a definir a minha vida; porém, prefiro senti-la.

Respiro-a no meu quarto, cheio de livros e imagens de homens que, de uma forma ou de outra, mudaram o mundo. Nunca me sinto sozinha, porque tenho-os sempre comigo. Se tiver problemas, muito provavelmente eles irão conseguir dar-me uma resposta. Seja satisfatória ou insuficiente, só isso já me faz sentir melhor. Permite-me perceber que a vida nos abre várias portas. Por qual delas iremos passar só a nós cabe decidir. Porque o homem é dotado de livre-arbítrio, de vontade própria. Contudo, pode existir um tal Deus que nos tenha pré-determinado. E o facto de pensar nele já o faz existir. Que importa? Se me sinto livre, é essa liberdade que tenho de viver. Tudo aquilo que me transcende eu não poderei alguma vez conhecer; mas posso sempre imaginar que sim.

Discutir sobre estes assuntos é saudável. Se tal discussão não fosse possível nem sequer existiriam filósofos. E depois, o que seria de mim? O que seria de mim se me convencessem por breves instantes que a Filosofia não existe ou que é uma perda de tempo? Provavelmente, eu seria um ser infeliz. Se fosse infeliz, por certo iria questionar-me sobre o que é a “infelicidade”. É dor? E o que é dor? E a felicidade que sinto ao ditar estas palavras? O que é esta felicidade? Prazer e ausência de dor? Não me parece. Aí já estaria a entrar no Hedonismo; e o que se seguiria? O mais certo era cair no estado de ataraxia como os epicuristas ou Ricardo Reis, que por sua vez se inspirou em Epicuro. Não! Prefiro viver na ignorância, sem saber se sou feliz ou infeliz, mas deixando sempre entrar em mim, a cada instante, a paixão que é a Filosofia. Asseguro-vos: é-me de todo manifestamente impossível falar de Filosofia sem falar de amor.

Encerro o meu discurso de aprendiz corroborando o que já antes havia dito. Que prefiro sentir a Filosofia; acrescentado: e amá-la. E indo contra a ideia de que ela não se define, afirmo que se é amor que nela vejo, é com amor que ela se define.

Sara Gonçalves

2 comentários:

  1. :)mais palavras para quê? basta senti-la :)

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  2. Rafa, que bom ler aqui um comentário teu! Fiquei tão feliz, ontem! Completamente eufórica! A conferência foi espectacular e vocês estavam todos lá. São os melhores do mundo! Obrigada! Beijinhos

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