quarta-feira, 21 de setembro de 2011

"Meia-Noite em Paris", de W.Allen


Pergunto-me o que torna Paris tão especial. Uns preferem-na diurna, outros noturna (os amantes da vida boémia, em particular). O protagonista do novo filme de Woddy Allen prefere Paris à chuva.

De dia, de noite ou à chuva, penso (sem nunca lá ter ido) que Paris é sempre especial.

Meia-noite em Paris prova isso mesmo. O filme enceta com imagens arrasadoras da cidade. Ouvi alguns «uau!» no cinema durante os primeiros minutos. Eu própria estava encantada (confesso que só me apetecia saltar para dentro do ecrã e ser uma das personagens! Pisar aquele chão ter-me-ia dado quilogramas de felicidade!).

Depois de um delicioso passeio virtual, a história. Um escritor, noivo de Inez, uma mulher rica e atraente, arrisca escrever um romance em vez dos seus já habituais guiões cinematográficos. Todas as noites, quando toca o sino da igreja anunciando as doze badaladas, Gil apanha uma carruagem que o leva até aos anos 20 parisienses, um poço de inspiração, época de grandes vultos como Ernest Hemingway, Gertrude Stein ou Pablo Picasso. Aí conhece Adriana, personagem que surge enquanto amante do pintor anteriormente citado, por quem o escritor se apaixona profundamente. Acontece que Gil troca Inez pelos anos 20 e Adriana acaba por trocar Gil pela Belle Époque. Mas não, não se apoquentem. No final, surge um novo amor – e este no presente.

Resumindo: Allen sai de cena com uma verdadeira obra-prima. Os meus parabéns pela inteligência, perspicácia e elegância com que construiu Meia-Noite em Paris.

C’est suprême!


Sara Gonçalves

Sem comentários:

Enviar um comentário