quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Paciente é o Amor

No céu a bruma do norte,

No quarto cama fria e solitária

Onde adormeço todas as noites

Só.

Foi essa solidão que me fez querer

Enterrar para sempre

Teu nome,

Tua voz,

Tua imagem.

Pensou minha razão ingénua

Que havia elegido caminho mais seguro.

Perguntam-me que caminho é esse.

Todos o chamam de ‘adeus’.


‘Adeus’ pronunciei vezes que não se contam

Antes de te enviar, por fim, a palavra.

Essa palavra que,

Sob um infindo fio de lágrimas,

Poria fim ao sofrer.

Não sabia eu o que isso era,

Pois se o soubesse

Tal despedida não teria sido mais

Que pura quimera.


Nada no mundo se pode separar

Sem antes se ter unido.


Espero que nos unamos, um dia.

Até lá guardo com cuidado

O pensamento que te pensa,

O coração que te sente,

O amanhã que te trará até mim.

Por nós o aguardo

Sem pressas nem devaneios,

Sem escapes nem injúrias.


O caminho mais fácil é a fuga,

Mas não há fuga que traga felicidade.

A verdadeira força humana reside na paciência.

Paciente é o amor.


Sara Gonçalves

Torres Vedras, 14 de Setembro de 2011

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