Nos anos 40, o psicanalista francês Jacques Lacan teorizou o eu como uma instância imaginária, que é objeto e não sujeito (instância simbólica). O eu (moi) define-se pela sua relação especular ao outro em que projecta a sua imagem ideal, constituindo-se, assim, em alienação. Ao Estádio do Espelho corresponde, no conto de fadas Branca de Neve, a bruxa má que não se cansa de perguntar ao seu espelho mágico: «Espelho meu, espelho meu, quem é mais bela do que eu?». A personagem representa o eu lacaniano, caracterizado pelo logro narcísico que se compraz na contemplação da sua imagem ideal e na ilusão de ser sustentado de prazeres e ódios. O ser corresponde à imagem do eu (e vice-versa), é ilusão ou, como dissemos anteriormente, instância imaginária. Note-se que Lacan define o eu como imagem no espelho através da fórmula a’-a. Segundo a teoria do psicanalista, esta alienação à imagem só terminará com a introdução do simbólico (uma estrutura que se confunde com a linguagem).
Sara Gonçalves (a partir dos apontamentos da Professora de Teorias do Inconsciente Cristina Álvares)
Fonte da imagem: http://www.google.com/imgres?um=1&hl=pt-PT&sa=N&biw=1138&bih=541&tbm=isch&tbnid=6MtRafPJA6dIzM:&imgrefurl=http://dollsgina.blogspot.com/p/historia-branca-de-neve.html&docid=OGi1ZrINCEU2RM&imgurl=http://img41.imageshack.us/img41/123/brancadeneve97.gif&w=300&h=371&ei=YOzGToGCNszI8gPn8eyUAQ&zoom=1.
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