O ano passado, gostava muito da área de Comunicação Social. Hoje, um ano depois, quando me perguntam se gostava de, um dia, ser jornalista, já estou como o professor Francisco Louçã a falar de uma possível coligação com o PS: “Digo apenas três letras - NÃO”. Naqueles que foram os maravilhosos 18 anos, a idade dos sonhos, via tudo… mas, afinal, não via nada. Consigo finalmente perceber que o jornalismo em Portugal está em declínio e a campanha eleitoral serviu para mostrar, entre outras coisas, isso mesmo.
Sempre me ensinaram que o jornalismo era uma coisa séria, baseada na objectividade, com um propósito principal: INFORMAR as pessoas. Contar os factos e nada mais que isso. Contudo, isto é apenas teoria porque, em prática, os meios de comunicação social foram-se tornando uma máquina MANIPULADORA e PERIGOSA, principalmente para as pessoas mais sensíveis que se deixam levar pelas opiniões de jornalistas impostores e de comentadores foleiros. A comunicação social é tão forte, tão forte que já há muito se considera os Mass Media o “quarto poder”. Um poder que vem ao de cima todos os dias e mais ainda quando estamos em campanha eleitoral. Os jornais e os telejornais aproveitam para puxar o máximo de gente possível para o seu lado e acrescentar, sempre que podem, um ponto ao conto, à boa moda popular portuguesa. Inventam palavras, transformam outras tantas, mostram o que lhes convém e escondem o que para eles não deve de todo ser visto. Não vou especificar nem canais televisivos nem jornais, porque acho que quem está atento percebe os erros de cada um. Se eles me ajudaram a optar por um partido? Não, não ajudaram. Em vez de focar os principais objectivos e propostas de cada líder, concentraram-se nos pequenos casos que foram surgindo, como a “asfixia democrática”, o fim do Jornal Nacional de Sexta da TVI, as alegadas escutas em Belém... Com isto, em apenas duas semanas, Portugal conseguiu esquecer os erros do engenheiro José Sócrates ao longo de quatro anos e meio de legislatura e fechar os olhos ao que é verdadeiramente importante. Brilhante. Só o nosso país consegue tal feito. Afinal, somos bons em alguma coisa, quanto mais não seja a fomentar palhaçadas! No entanto, não falando só mal e fazendo justiça, há que salientar aquela que foi, na minha opinião, a única coisa boa que a televisão conseguiu transmitir aos portugueses: os debates entre os líderes dos partidos. Serviram para dar “um cheirinho” dos programas de cada um e ainda para atiçar risadas com os olhares matadores que estes fizeram uns aos outros. Quanto ao Gato Fedorento, também não foi mau de todo, pois para aqueles que não gostam de política, mas que são fãs deste tipo de programas de entretenimento, esta foi uma boa oportunidade de apanharem aqui e ali uma frase que os situe mais ou menos no que se vai passando. De resto, volto a focar a falta de qualidade que existe em termos jornalísticos no nosso país, esperando que, pelo menos amanhã à noite, quando as televisões estiverem a apresentar os resultados eleitorais, sejam mais discretas no que toca às suas preferências políticas.
Para terminar, apelo a todos que não se deixem enganar pela opinião de pessoas que, muitas vezes, nem percebem do que estão a falar, e concentrem-se no que realmente importa. Para votar com consciência, melhor do que ficar petrificado em frente à televisão é ler o programa de cada partido e, depois, optar por escolher aquele cujas ideias vão mais de encontro ao Portugal que vocês querem ver ser construído nos próximos anos.
Sempre me ensinaram que o jornalismo era uma coisa séria, baseada na objectividade, com um propósito principal: INFORMAR as pessoas. Contar os factos e nada mais que isso. Contudo, isto é apenas teoria porque, em prática, os meios de comunicação social foram-se tornando uma máquina MANIPULADORA e PERIGOSA, principalmente para as pessoas mais sensíveis que se deixam levar pelas opiniões de jornalistas impostores e de comentadores foleiros. A comunicação social é tão forte, tão forte que já há muito se considera os Mass Media o “quarto poder”. Um poder que vem ao de cima todos os dias e mais ainda quando estamos em campanha eleitoral. Os jornais e os telejornais aproveitam para puxar o máximo de gente possível para o seu lado e acrescentar, sempre que podem, um ponto ao conto, à boa moda popular portuguesa. Inventam palavras, transformam outras tantas, mostram o que lhes convém e escondem o que para eles não deve de todo ser visto. Não vou especificar nem canais televisivos nem jornais, porque acho que quem está atento percebe os erros de cada um. Se eles me ajudaram a optar por um partido? Não, não ajudaram. Em vez de focar os principais objectivos e propostas de cada líder, concentraram-se nos pequenos casos que foram surgindo, como a “asfixia democrática”, o fim do Jornal Nacional de Sexta da TVI, as alegadas escutas em Belém... Com isto, em apenas duas semanas, Portugal conseguiu esquecer os erros do engenheiro José Sócrates ao longo de quatro anos e meio de legislatura e fechar os olhos ao que é verdadeiramente importante. Brilhante. Só o nosso país consegue tal feito. Afinal, somos bons em alguma coisa, quanto mais não seja a fomentar palhaçadas! No entanto, não falando só mal e fazendo justiça, há que salientar aquela que foi, na minha opinião, a única coisa boa que a televisão conseguiu transmitir aos portugueses: os debates entre os líderes dos partidos. Serviram para dar “um cheirinho” dos programas de cada um e ainda para atiçar risadas com os olhares matadores que estes fizeram uns aos outros. Quanto ao Gato Fedorento, também não foi mau de todo, pois para aqueles que não gostam de política, mas que são fãs deste tipo de programas de entretenimento, esta foi uma boa oportunidade de apanharem aqui e ali uma frase que os situe mais ou menos no que se vai passando. De resto, volto a focar a falta de qualidade que existe em termos jornalísticos no nosso país, esperando que, pelo menos amanhã à noite, quando as televisões estiverem a apresentar os resultados eleitorais, sejam mais discretas no que toca às suas preferências políticas.
Para terminar, apelo a todos que não se deixem enganar pela opinião de pessoas que, muitas vezes, nem percebem do que estão a falar, e concentrem-se no que realmente importa. Para votar com consciência, melhor do que ficar petrificado em frente à televisão é ler o programa de cada partido e, depois, optar por escolher aquele cujas ideias vão mais de encontro ao Portugal que vocês querem ver ser construído nos próximos anos.
Samuel, não me leves a mal esta minha desilusão com a comunicação social. Acredito que tu, caro ex-colega de CC, inteligente como sempre demonstraste ser, possas dar um contributo positivo ao jornalismo português, se for mesmo tua opção seguir por esse caminho.
ResponderEliminar:)
Sara, ia mesmo agora comentar (e dar-te um sermão = P ), quando vi o teu reparo especialmente para mim.
ResponderEliminarDe facto, o jornalismo em Portugal está pelas ruas da amargura, mais numas agências do que noutras, mas penso que, tal como aprendi em Teorias da Comunicação (a minha cadeira preferida até hoje), cair em generalizações é muito perigoso. Percebo a tua revolta, pois muitas vezes também eu a sinto. Perceber que os principais media portugueses se deixam guiar pelo anseio de popularidade é lamentável, mas é crucial lembrar-te que ainda existem jornalistas de elevado carácter e profissionalismo! Não são aqueles que estão diante das câmaras com todos os holofotes sobre si, mas os que preferem mover-se discretamente, sem corromper os seus ideais com esta tendência de se padronizarem. São eles que dão voz a quem precisa, são eles que têm o poder de instruir e de guiar a opinião pública, fiéis ao seu código deontológico.
Não vou seguir a vertente de jornalismo (mas sim estratégica - de facto, vou fazer as duas vertentes, mas a opção é estratégica). Lamento profundamente, pois tudo em mim se identifica com o jornalismo (desde a busca da verdade, à defesa de uma sociedade informada), excepto uma coisa: pôr em segundo plano a minha vida para a dedicar à redacção. Quando tive Teoria da Notícia percebi que, seguindo jornalismo, teria que adoptar um estilo de vida que não quero para mim. Um jornalista tem a sua profissão em primeiro plano na sua vida, e refiro-me a um jornalista no sentido puro e lato do termo.
Já me alonguei no comentário, mas espero que tenha conseguido transmitir-te a ideia de que o jornalismo português é um todo, como tudo nesta vida, em que há tanto de bom, como de mau. Temos que evoluir e acredito que, se os nossos colegas que querem seguir mesmo a vertente se mantiverem fiéis aos seus princípios, a mudança será possível (pois acredita que são pessoas fantásticas as que querem seguir jornalismo, como também deves saber). É olhando os maus exemplos e dizendo "eu farei diferente e melhor" que as grandes revoluções se fazem! Basta esperarmos por ela, acredito que será possível!
Já esperava que comentasses este artigo, como sempre, de uma forma clara e defendendo bem os teus ideais. No entanto, conseguiste superar as minhas expectativas! Admiro a tua maneira de escrever, de ser e de ver o mundo. Obrigada, sinceramente, por todas essas palavras. Sei bem como a falácia da generalização é perigosa, mas decidi usá-la neste artigo, pois sabia que assim causaria um maior impacto à medida que os leitores fossem percorrendo as linhas. Quando escrevo, o meu grande objectivo é o despertar de sentimentos, sejam eles positivos ou negativos. Repara, neste artigo não falo de todo o jornalismo. Refiro-me sim ao jornalismo que se faz em tempos de campanha eleitoral e, por isso, não precisei de falar dos muito bons jornalistas que ainda existem mas que, como tu também salientaste, movem-se discretamente para não cairem na estandardização. É que esses não aparecem nestas alturas... Como tal, precisei sim de referir os que se restringem ao jornalismo comercial, de forma a alertar as pessoas para o que se passa. Como dizes, é dos maus exemplos que nasce a vontade de mudança. Não fiz mais do que destacá-los para que, um dia, os revoltosos se rebelem e mudem muita coisa neste país e nós possamos dizer, com orgulho, que Portugal não tem os seus jornalistas bons escondidos, que eles não são apenas dois ou três, são muitos, aparecem e são reconhecidos!
ResponderEliminarJá agora, que cadeiras opcionais escolheste? Desejo-te toda a sorte do mundo, pois sei que não deve ter sido nada fácil teres chegado a essa conclusão e teres optado antes por estratégica. Recordo-me da tua paixão ao falar do jornalismo...
ResponderEliminarSó vi agora, por mero acaso, a tua resposta.
ResponderEliminarTens razão, Sara, também concordo contigo. Há que usar estratégias para fazer fervilhar o coração dos nossos leitores (vês, fiz bem em ir para Comunicação Estratégica = P )
Este semestre tenho Teoria da Comunicação Institucional (adoro estas aulas) e Jornalismo Televisivo (com o José Rodrigues dos Santos eheh)
Para o próximo terei Análise de Campanhas Políticas.
No 3.º ano vou escolher Marketing, Relações Públicas e Publicidade. Quanto às de jornalismo, ainda me vou informar com os colegas que já as estão a fazer, ver o que me recomendam...
E aí por Braga, como te estás a dar?