quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Um voto com consciência

Com as eleições legislativas à porta, muitos portugueses encontram-se num tremendo dilema: o que fazer? Devo ir votar? E em quem? E se votar em branco? Ou se votar nulo? Em primeiro lugar, é preciso cada pessoa tomar uma postura racional e ter em conta o caos em que o nosso país se encontra, não só em termos económicos, como também em termos sociais e educacionais. Estamos, neste momento, a atravessar uma crise pior do que aquela que se fez sentir em 1929 nos EUA. É preciso haver uma mudança, mas isso já todos sabemos, o problema é que uns sabem agindo e outros sabem nada fazendo (e assim é o verdadeiro português). Portugal, de um ponto de vista geral, é um país comodista, talvez por ser envelhecido, surgindo apenas aqui e ali uma pessoa ou outra com espírito revolucionário. Além disso, temos o enorme defeito de votar sempre nos mesmos partidos: quem é de esquerda vota PS, quem é de direita vota PSD. Por isso, Portugal não sai da “cepa torta”, limitando-se a ter no governo políticos esquerdistas que usam resoluções direitistas e políticos direitistas de um conservadorismo extremo. Falo, claro está, de José Sócrates e Manuela Ferreira Leite, dois dos piores candidatos a primeiro-ministro que o nosso país já conheceu. Mas a verdade é que um deles irá ganhar e contra isso nada há a fazer. Resta-me portanto, apelar a duas coisas que, a meu ver, são de extrema importância: em primeiro lugar, todos os portugueses recenseados têm, mais do que o direito, a OBRIGAÇÃO de votar. Foi algo por que lutámos, (recordemos quantas mulheres foram castigadas por lutarem pela sua emancipação neste campo) e, como tal, temos o dever de nos dirigirmos às urnas no próximo dia 27 de Setembro. É preciso AGIR. Em segundo lugar, pretendo explicar a diferença entre voto nulo e voto branco, pois acho que muita gente não a percebe. O voto nulo pode ser ou não intencional: se nos enganarmos a marcar a cruz e riscarmos, o voto é anulado; se, propositadamente, escrevermos palavras positivas ou negativas aos candidatos na folha de voto, este também fica sem efeito. Votar nulo não é um gesto de protesto, é um gesto intencional ou, se for com intenção, estúpido. Já votar em branco significa protestar. No entanto, pensemos: de que serve votar em branco numa altura como a que vivemos? O desagrado só nos deixa uma alternativa: votar no candidato que nos pareça mais correcto (ainda que às vezes esse seja um trabalho difícil). Outra coisa: será insustentável para Portugal ter outra maioria absoluta e creio que isso não acontecerá. Espero, sinceramente, que os partidos pequenos cresçam tanto quanto merecem, pois eles sim mostram o nosso descontentamento e evitam a catástrofe de termos nos próximos tempos uma Assembleia da República governada por uma única vontade. Como esta última que, para mim, não foi menos que pura ditadura.

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