sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Num sonho vejo a realidade


Num sonho vejo a realidade.

Longínqua.

Pensamento que mata.

Consome!

Por dentro.

Todos os dias.

Como se estivesse a acontecer,

Toco no teu rosto.

Devagar.

As tuas mãos abraçam-me o peito.

Tudo aquece.

Desabrocha o querer.

Querer ser tudo ao mesmo tempo:

O sol, a lua, a terra, o mar.

Segredas-me o “sim”

Que há tanto tempo desejo

E a impossibilidade do teu corpo

É agora a possibilidade

De um mundo perfeito.

Sinto o teu cheiro.

O teu olhar é o espelho da alma.

Da minha alma que agora te tem.

É como se te tivesse desde sempre.

É como se o fizéssemos desde sempre.

Porque ambos sabemos que é sincero

E o sincero apaga o impossível.

O sonho confunde-se com a realidade.

A realidade confunde-se com o sonho.

E apenas fica o amor.

Perfeito.

Sara Gonçalves

Torres Vedras, 17 de Setembro de 2010

2 comentários:

  1. De um mundo incerto cheio de precaoços, transcreve-se um poema vivo respirando perfeição enrolada num delicado calor, sendo mesmo possivel de alcançar um interior eterno sem queimar....
    ass: Telmo

    ResponderEliminar
  2. Então, Telmo, de onde vem toda essa inspiração?

    ResponderEliminar