sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Frio deste Inverno

O vento que bate em meu rosto

Pinta-o de branco.

Branco como a neve

Que cobre os caminhos

Que outrora tilintavam

Com os saltos de uma mulher.


Mãos gélidas invadem os bolsos

Onde agora nada mais cabe

Senão este desmedido tremer.

Se é frio?

Se é medo?

Se é dor?

Quem sabe?


O silêncio das árvores despidas

Brota no meu peito

Que respira com dificuldade.

Que sobe, desce, sobe, desce.

Desce.

Nu.


Inverno que parece não ter fim,

Há quanto tempo existe

Eu não sei.

Nem eu,

Nem ninguém.


Sara Gonçalves,

Braga, 26 de Novembro de 2010.

2 comentários:

  1. Inverno de uma solidão desmedida, de uma brancura etérea, de uma beleza que os olhos deixa arregalados.
    Sentes como humana que és, Sara. Escreves como poetisa!

    Tudo de bom, minha querida.

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  2. Não tenho palavras para descrever o orgulho que tenho de ti

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