
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
"Chamava-se Sara", de Tatiana de Rosnay

sexta-feira, 28 de agosto de 2009
"Cinema Paraíso"
«Esta obra-prima do realizador Giuseppe Tornatore é um olhar nostálgico sobre a vida de um jovem na Itália do pós-guerra e o seu fascínio pelo cinema, tendo vencido o Oscar para o Melhor Filme Estrangeiro e o Grande Prémio do Júri do Festival de Cannes. 'Alfredo está a morrer'. Esta notícia surpreendeu o realizador de sucesso Salvatore (Jacques Perrin), levando-o a relembrar a sua infância e o tempo que passou na sala de projecção do cinema da sua vila, Cinema Paraíso.Alfredo (Philippe Noiret), proprietário do cinema e projeccionista, foi um amigo inseparável do pequeno Salvatore, conhecido por 'Toto', à medida que este crescia na sua terra natal, uma vila devastada pelos horrores da guerra. O cinema oferecia fantasia e evasão ao habitantes da pequena vila, fazendo esquecer a dura realidade da fome e da pobreza.Cinema Paraíso é um filme inesquecível e um maravilhoso tributo ao cinema que marcou uma geração inteira de espectadores.»
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
"Apenas o que uma pessoa é conta."
Três ensaios de Schopenhauer, resumidos por Irvin D. Yalom na sua obra “De Olhos Fixos no Sol”, que enfatizam a ideia de que “apenas o que uma pessoa é conta”:
1. «O que temos. Bens materiais são uma ilusão. Shopenhauer argumenta, com elegância, que a acumulação de riqueza e de bens materiais é infinita e insatisfatória; quanto mais possuímos, mais desejamos. A riqueza é como a água do mar: quanto mais bebemos, mais sede sentimos. No final, não somos nós que temos os bens, mas os bens que nos têm a nós.
2. O que representamos aos olhos dos outros. A fama é tão evanescente como os bens materiais. Shopenhauer escreve: “Metade das nossas preocupações e ansiedade nasce do valor que damos às opiniões dos outros… Temos de ser capazes de extrair esse espinho da nossa pele.” Tão poderoso é o desejo de causar uma boa impressão que alguns condenados à morte já foram para a cadeira eléctrica mais preocupados com a forma como vão vestidos, e as últimas palavras que vão proferir, do que com qualquer outra coisa. A opinião dos outros não passa de uma ilusão, já que se pode alterar a qualquer momento. As opiniões são voláteis e tornam-nos escravos do que outros pensam ou, pior, do que achamos que pensam – porque nunca poderemos verdadeiramente saber o que lhes vai na cabeça.
3. O que somos. Somente o que somos é fundamental. Uma consciência em ordem, diz Shopenhauer, vale muito mais do que uma boa imagem. O nosso objectivo primeiro deveria ser a saúde e a riqueza intelectual, que nos conduz a um manancial sem fim de ideias criativas, a uma vida independente e moral. A equanimidade interior nasce do facto de sabermos que não são as coisas em si que nos perturbam, mas a interpretação que lhes damos.»
Le fou
terça-feira, 25 de agosto de 2009
"A Batalha de Berlim" (Canal de História)

Nem uma palavra
Oiço dessa tua doce voz
Que se calou.
Nem uma palavra
Sai dessa tua boca
Perfeita.
O passado afasta-se, veloz.
Sem pena de quem amou,
Sem pena da amargurada
Mulher que, oca,
Neste instante te implora.
[Uma palavra.]
Nem uma palavra
Igual a todas aquelas que dizias,
E dentro de ti não aprisionavas.
Nem uma palavra
Sai desse coração
Assustadoramente errante.
Versos sonoros fazias,
Todos eles a mim entregavas
Com essa tua mão
Que logo me tocava. Suavemente.
Mas, agora, nem uma palavra
Me dizes, me entregas, me sopras.
E eu choro.
No silêncio das sombras,
Eu choro.
domingo, 23 de agosto de 2009
"Piaf", de Filipe La Féria
Piaf é um apaixonante musical de Filipe La Féria, segundo o texto de Pam Gems, sobre a vida de Edith Piaf, protagonizado por Wanda Stuart e Sónia Lisboa. O elenco conta ainda com Noémia Costa e o seu brilhante papel na pele de "Toine", a amiga de sempre da maior cantora francesa de todos os tempos. Neste momento, a peça está no teatro Politeama, em Lisboa. O preço do bilhete vai desde os 15 aos 30 euros, e o horário do espectáculo é às 21h30, de Terça a Sexta-feira, e às 17h00 aos Domingos. Para mais informações podem sempre consultar o site http://www.teatropoliteama.pt/politeama.
Imperdível para os amantes do teatro!
sábado, 22 de agosto de 2009
A ideia do eterno retorno em "Assim Falava Zaratustra"
sábado, 15 de agosto de 2009
"Para ti", Mia Couto
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo
Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre
Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só olhar
amando de uma só vida."
Outubro 1981
Mia Couto, in Raiz de Orvalho e Outros Poemas
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
"A Metamorfose", de Kafka
A Metamorfose começa assim: “Um dia de manhã, ao acordar dos seus sonhos inquietos, Gregor Samsa deu por si em cima da cama, transformado num insecto monstruoso.”
Quando contamos esta história a alguém, a primeira reacção das pessoas é dizer que ela é “pura estupidez”. No entanto, é ao lê-la (bem, sublinhe-se) que percebemos o seu conteúdo e, mais importante, a sua mensagem. O que Kafka faz é nada mais nada menos que tentar elucidar-nos acerca de alguns aspectos: em primeiro lugar, a situação da solidão humana. No fundo, não adianta estarmos sozinhos ou acompanhados, pois o nosso passado e as nossas experiências são únicos. Em segundo lugar, está patente uma certa fuga ao trabalho, à família, às responsabilidades… À sociedade. No entanto, depois da fuga, há um grande sofrimento que surge à medida que Gregor vai percebendo que, sendo diferente, já não consegue comunicar o que sente nem fazer com que os outros o oiçam. Depois de algumas pesquisas, percebi ainda que a obra tem também a ver, em muito, com a própria vida do autor, pois este, quando chegava a casa depois de mais um dia de trabalho cheio de rotinas burocráticas e burocratizantes, deitava-se no sofá da sala e comentava que se sentia como um grande insecto. Isto porque todo o seu dia era uma limitação ao uso de sua criatividade.
Assim sendo, concluímos que a obra retrata a condição humana oprimida e alienada pela sociedade moderna, sendo esta última, sistematicamente, uma subjugação da mente humana. A nossa liberdade é cada vez mais limitada e, quando percebemos que caímos na fatal rotina dos dias, tornamo-nos como um insecto que, devido às suas limitações, não se consegue pôr de pé.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Amar em Silêncio
O silêncio que entre nós
Tão bem conseguimos suportar.
É igualmente as silenciosas palavras
Que docemente, tão docemente!, colhemos
E, a olharmo-nos, cantámos.
Este poema é apenas e só
O sentimento que nasceu dentro de nós
E nos fez em acolhedor silêncio amar
Este amor. Um Amor que guardámos nas estrelas
E com o silêncio eternizámos
Para com tão grande distância Viver.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
A loucura
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
sábado, 8 de agosto de 2009
Sentada a ouvir Chopin
Avisto da janela um castelo dourado.
É ali que o Sol nasce a cada manhã
Só para ver meu triste Fado.
Todos os dias engano o meu Amor,
Dizendo vorazmente que já o esqueci
E que as lágrimas não são de dor…
Todos os dias me engano a mim.
A música embala a minha mente,
Mas não cura a colossal saudade
De um coração que ama tão fortemente
Sem poder fazê-lo em liberdade.
Penso em tudo e penso em nada,
Porque o meu nada é o tudo
Que me deixa aprisionada
Nas muralhas de um castelo inventado.
A cadeira vazia
Estava a jantar num restaurante com a minha família. Havia um enorme barulho de fundo, mas mesmo assim o silêncio que se encontrava na nossa mesa ouvia-se melhor. Um silêncio avassalador para aqueles que me olhavam sem saber o que dizer. Banhada pela habitual nostalgia, vi que à minha frente se encontrava uma cadeira vazia. E vazia permaneceu durante minutos, longos minutos que se tornaram em horas e longas horas que se tornaram em tempo indefinido. Neste momento, ainda lá está: intacta, oca, esperando pelo dia de amanhã. Mais um dia em que o meu coração baterá apenas por bater.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
A Missão
Aconselho vivamente o visionamento deste filme. Além de contar com uma grande interpretação de Robert de Niro, baseia-se numa história verídica (ainda que nos custe a crer), tem paisagens sublimes da América do Sul e ainda uma banda sonora fantástica, deliciosa, arrebatadora. Quase sem palavras! Apesar de ser suspeita, pois sou uma enorme fã do compositor Ennio Morricone, só pela música vale a pena ver "A Missão".
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Demócrito e o brinquedo mais genial do mundo
O termo “átomo” significa “indivisível”. Para Demócrito, era fundamental que aquilo a partir do qual tudo é formado não pode ser dividido em partes cada vez mais pequenas. Se os átomos pudessem ser constantemente divididos em partes cada vez mais pequenas, a natureza teria começado a fluir como uma sopa cada vez mais liquída.
Os elementos constitutivos da natureza tinham ainda de se conservar eternamente – porque nada pode nascer do nada. (…) Além disso, os átomos eram sólidos e compactos. Mas não podiam ser iguais. Porque se os átomos fossem iguais, não teríamos uma explicação válida para o facto de poderem ser combinados de modo a formarem tudo, desde papoilas e oliveiras a pele de cabra e cabelo humano.
(…)
Quando um corpo – por exemplo, uma árvore ou um animal – morre e entra em decomposição, os seus átomos dispersam-se e podem ser utilizados de novo em novos corpos. Os átomos movem-se no espaço vazio e agregam-se para formar as coisas que vemos à nossa volta.
E agora já percebes o que eu queria dizer com as peças do Lego? Elas possuem mais ou menos as propriedades que Demócrito atribuiu aos átomos, e precisamente por isso se pode construir tão bem com elas. Em primeiro lugar, são indivisiveis. São diferentes em forma e em tamanho, são sólidas e impenetráveis. Além disso, as peças do Lego têm “ganchos”, com os quais podem ser encaixadas umas nas outras; por isso podem ser transformadas em todas as figuras possíveis. Esta combinação pode ser mais tarde desfeita e depois construirem-se novos objectos a partir das mesmas peças.
E foi justamente o facto de poderem ser sempre usadas de novo que tornou o Lego tão popular. Uma e a mesma peça de Lego pode fazer hoje parte de um carro, e amanhã de um palácio. Além disso, é possível dizer que as peças do Lego são “imortais”. As crianças de hoje podem brincar com as mesmas peças com que os seus pais brincaram quando ainda eram pequenos."
terça-feira, 4 de agosto de 2009
O Estoicismo
A palavra “estóico” significa "aquele que revela fortaleza de ânimo e austeridade. É também imperturbável e insensível". Para os seguidores do Estoicismo, todo o universo é governado por um logos (razão universal). A alma está identificada com este princípio divino, como parte de um todo ao qual pertence. Este ordena todas as coisas, portanto, tudo surge a partir dele e de acordo com ele, sendo o mundo, por isso, um kosmos (termo que em grego significa "harmonia"). A partir disto deve-se viver conforme a natureza (esta é o logos), vivendo-se, por isso, de acordo com a razão. Assim, o homem torna-se livre e feliz não apreendendo o bem nos objectos externos, mas sim no seu interior. O homem sábio obedece à lei natural reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e propósito do universo. Para os estóicos, o fim supremo e único bem do Homem é a virtude e o mal único e absoluto é o vício.
O Estoicismo luta, portanto, contra a emoção e a paixão (oriundos da irracionalidade e, por isso, contrários à doutrina), de onde deriva o desejo, o vício e a dor. "Vês que triste e funesta servidão sofrerá o homem que for possuído, alternadamente, pelos mais caprichosos e tirânicos dos senhores, os prazeres e as dores". (Séneca, A Vida Feliz, Definição da verdadeira felicidade (5)).
domingo, 2 de agosto de 2009
Portugal
Portugal, um país que é preciso viver profundamente para compreender.
Portugal é um bonito nome que dá nome a um bonito país. No ocidente da Europa, somos detentores de uma costa rica, banhados por um oceano gigante de nome Atlântico, e por um mar quente chamado Mediterrâneo. Conquistámos tudo quanto nos foi possível conquistar, mas a falta de organização e a demência do poder adormeceram a nossa glória. Hoje, somos um ponto no mapa do mundo tão insignificante para os de fora que há quem refira Portugal como uma região de Espanha. Dói ouvir barbaridades de quem nada conhece, simplesmente porque nunca nos soubemos dar a conhecer. Resta lembrar um passado por muitos esquecido, viver um presente demente e esperar por um futuro utópico. Mas, ainda assim, o nosso espírito patriótico faz-nos amar Portugal com todos os seus defeitos - os mais difíceis de amar - e todas as suas qualidades. Somos sonhadores, simpáticos, acolhedores. Vivemos num pequeno paraíso (apesar de alguns ainda não o terem descoberto) onde a natureza encontra a cultura, e a cultura brota das gentes dotadas de saberes e fazeres únicos. O nosso clima permite-nos cheirar os aromas de todas as estações e a nossa gastronomia, variada nos seus sabores, faz os turistas admirarem a nossa cozinha. O vinho do Porto põe-nos a viajar pelo Douro; ao som do corridinho dançamos na praia; temos ainda a proeza de ter um Jardim que fala, e fala bem! Somos assim, eternos sonhadores, esperando sempre e ansiosamente que D. Sebastião regresse no seu cavalo branco e conquiste o Quinto Império, um Império civilizacional e cultural, onde a Língua Portuguesa seria (será) o mais importante.
sábado, 1 de agosto de 2009
Dorian Gray
Um filme baseado no famoso livro da autoria de Oscar Wilde, "O Retrato de Dorian Gray". Estreia a 9 de Setembro.