Três ensaios de Schopenhauer, resumidos por Irvin D. Yalom na sua obra “De Olhos Fixos no Sol”, que enfatizam a ideia de que “apenas o que uma pessoa é conta”:
1. «O que temos. Bens materiais são uma ilusão. Shopenhauer argumenta, com elegância, que a acumulação de riqueza e de bens materiais é infinita e insatisfatória; quanto mais possuímos, mais desejamos. A riqueza é como a água do mar: quanto mais bebemos, mais sede sentimos. No final, não somos nós que temos os bens, mas os bens que nos têm a nós.
2. O que representamos aos olhos dos outros. A fama é tão evanescente como os bens materiais. Shopenhauer escreve: “Metade das nossas preocupações e ansiedade nasce do valor que damos às opiniões dos outros… Temos de ser capazes de extrair esse espinho da nossa pele.” Tão poderoso é o desejo de causar uma boa impressão que alguns condenados à morte já foram para a cadeira eléctrica mais preocupados com a forma como vão vestidos, e as últimas palavras que vão proferir, do que com qualquer outra coisa. A opinião dos outros não passa de uma ilusão, já que se pode alterar a qualquer momento. As opiniões são voláteis e tornam-nos escravos do que outros pensam ou, pior, do que achamos que pensam – porque nunca poderemos verdadeiramente saber o que lhes vai na cabeça.
3. O que somos. Somente o que somos é fundamental. Uma consciência em ordem, diz Shopenhauer, vale muito mais do que uma boa imagem. O nosso objectivo primeiro deveria ser a saúde e a riqueza intelectual, que nos conduz a um manancial sem fim de ideias criativas, a uma vida independente e moral. A equanimidade interior nasce do facto de sabermos que não são as coisas em si que nos perturbam, mas a interpretação que lhes damos.»
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
"Apenas o que uma pessoa é conta."
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