Em Assim Falava Zaratustra, uma famosa obra do filósofo Nietzsche, Zaratustra propõe um desafio...
E se, algum dia ou noite, um demónio fosse atrás de si até à sua solidão mais solitária e lhe dissesse: "Esta vida, como agora a vive e a tem vivido, vai ter de a viver mais uma vez e inúmeras outras; e nada haverá de novo nela, mas cada dor e cada alegria, cada pensamento e cada suspiro, do mais pequenino pormenor aos momentos mais grandiosos, terão de regressar a si na exacta mesma sucessão e sequência - até esta aranha e este luar entre as árvores, e mesmo este preciso segundo até mesmo eu. A eterna ampulheta da existência é novamente virada ao contrário, uma e outra vez, e você com ela, sua partícula de poeira!"
Não se atiraria para o chão a ranger os dentes e a amaldiçoar o demónio que falasse assim? Ou já alguma vez experimentou um momento tão fabuloso que o teria levado a responder: "Quem fala assim é um deus, porque nunca ouvi nada tão divino." Se este pensamento tomasse conta de si nunca mais seria quem é, ou talvez o deprimisse de tal forma que acabaria esmagado por ele.
Esta é a primeira descrição do eterno retorno, proferida por um profeta envelhecido, mas muito sábio.
Pelo subterfúgio da poesia é possível ensaiar uma simulação do "eterno retorno"
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