segunda-feira, 31 de agosto de 2009

"Chamava-se Sara", de Tatiana de Rosnay


Uma história perturbante. Um enorme sucesso internacional.

«Julia Jarmond, uma jornalista americana casada com um arquitecto francês, investiga uma página negra da história francesa recente: a rusga através da qual a Polícia Francesa, na madrugada do dia 16 de Julho de 1942, levou mais de 8 000 judeus franceses para o recinto desportivo do Vélodrome d’Hiver, para que aí ficassem até serem deportados para os campos de concentração. Descobrindo, horrorizada, o calvário de todas aquelas pessoas que, durante dias, sem água nem alimentos, ficaram a aguardar a deportação, Julia interessa-se, em particular, pelo destino de Sara, uma menina entre as mais de 4 000 crianças que ali estiveram. Sara, acreditando que estava a proteger Michael, o seu irmão mais novo, fechara-o à chave num armário, prometendo-lhe que iria buscá-lo depois. E depois não conseguiu. Em Paris, em 2002, Julia, enquanto percorre o passado de Sara, a rusga, a deportação, acaba por ter de reavaliar o seu próprio lugar naquele país, naquele casamento e naquela vida.»
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Digamos que não li este livro. Devorei-o. Cada palavra encontra o seu sentido ao longo das 356 páginas que nos fazem sonhar, chorar e, acima de tudo, pensar. Pensar na inteligência e coragem de uma menina de apenas 10 anos que faz de tudo para proteger o seu irmão mais novo. Confesso que a meio do livro senti uma grande indisposição, não daquelas indisposições que nos fazem dizer "Que horror, nunca mais pego nisto!", mas sim "Meu Deus, como é que se escrevem coisas assim?". É um livro muito forte, tão forte que senti o olhar das personagens e o cheiro das coisas. Toquei em tudo. Entrei na história e vivi-a, possivelmente mais do que em qualquer outro romance. Talvez porque a menina se chamasse Sara.
Uma boa sugestão para quem gosta de ler sobre os horrores do Nazismo aos olhos das crianças.

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