terça-feira, 11 de agosto de 2009

A loucura

O mundo tem medo da loucura, porque o mundo não sabe o que é a loucura. Todos falam dela, mas ninguém a sabe explicar. O mundo rebaixa os loucos, porque nem sequer os tenta ouvir. São loucos! O mundo não sabe, o mundo não vê, o mundo não ouve nada que vá contra aquilo que ele próprio acha, porque é no seu achar que ele pensa ter razão. Na sua tão grande mediocridade, o mundo já chama loucura à diferença, quando loucura e diferença não são sinónimos. Para quase todas as pessoas, louco é aquele que prefere a dança ao futebol, as saídas à noite aos livros e a televisão ao teatro. Louco é aquele que ficou esquecido na estandardização da sociedade. A esses seres, cujos olhos estão envoltos numa enorme névoa, digo (se é que o meu eu minúsculo tem legitimidade para o fazer): todo o ser tem dentro de si um tanto ou quanto de loucura. Os corajosos mostram-na, tornando-se por isso pessoas autênticas; os cobardes escondem-na e, inconscientes da sua ignorância, não conseguem ver que a loucura saudável tem o seu quê de fantástico.

5 comentários:

  1. Se, na minha vida, sigo lemas, um deles é "ser louco"! Rir quando é "socialmente proibido", falar sozinho na rua, fixar pessoas de tal forma que ficam constrangidas (não para as importunar, mas para analisá-las ao mais ínfimo dos pormenores)... Aos loucos pertence a alegria de viver, aos loucos é revelada a essência do Universo! A Loucura, ainda hoje, enche páginas de livros e versos de poemas, pois quem ainda se atreve a pensar e escrever tem a sua dose de loucura! Pessoal ou pública, o importante é que ela exista, que esteja plantada no nosso Ser mais profundo, pois acredito que, assim, a utopia de um mundo melhor poderá ser possível!

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  2. Transporto a minha loucura para o que escrevo. Por isso, sou aquilo que escrevo.

    Samuel:
    Obrigada pelo poema que escreveste e publicaste no teu blog, pois foi ele que inspirou este meu pequeno texto. Pequeno demais, talvez, para a tua grande poesia!

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  3. Sabes... é bom receber elogios desses... e costumo ficar sem o que dizer nesses momentos... limito-me a agradecer pelas tuas palavras: Obrigado.
    Continuarei a escrever pois não sei fazer outra coisa. Costumo dizer que é como respirar e se me dessem a escolher entre o ar e a escrita... escolheria a escrita. Loucura, mas é dela que estamos a falar.
    Boas escritas e muita inspiração. E foi bom saber que a minha poesia inspirou-te para este texto.
    Não te mando beijinhos, mas um abraço de paz!
    Sê livre, sempre!

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  4. «Le fou n´est pas l´homme qui a perdu la raison. Le fou est celui qui a tout perdu,excepté la raison.» G.K. Chesterton

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