terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Estoicismo

Depois de uma leitura de "A Vida de Feliz", de Séneca, é fácil percebermos em que consiste o "Estoicismo". O Estoicismo é um sistema filosófico que surgiu no século III a.C. e teve como fundador Zenão de Cicio, um filósofo grego que aconselhava a indiferença e o desprezo pelos males físicos e morais. Além disso, é uma doutrina eclética que incorpora muitos conceitos de filósofos anteriores e contemporâneos: Heraclito, Platão, Aristóteles… A escola estóica contou também com influências do Epicurismo e do filósofo Sócrates.
A palavra “estóico” significa "aquele que revela fortaleza de ânimo e austeridade. É também imperturbável e insensível". Para os seguidores do Estoicismo, todo o universo é governado por um logos (razão universal). A alma está identificada com este princípio divino, como parte de um todo ao qual pertence. Este ordena todas as coisas, portanto, tudo surge a partir dele e de acordo com ele, sendo o mundo, por isso, um kosmos (termo que em grego significa "harmonia"). A partir disto deve-se viver conforme a natureza (esta é o logos), vivendo-se, por isso, de acordo com a razão. Assim, o homem torna-se livre e feliz não apreendendo o bem nos objectos externos, mas sim no seu interior. O homem sábio obedece à lei natural reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e propósito do universo. Para os estóicos, o fim supremo e único bem do Homem é a virtude e o mal único e absoluto é o vício.
O Estoicismo luta, portanto, contra a emoção e a paixão (oriundos da irracionalidade e, por isso, contrários à doutrina), de onde deriva o desejo, o vício e a dor. "Vês que triste e funesta servidão sofrerá o homem que for possuído, alternadamente, pelos mais caprichosos e tirânicos dos senhores, os prazeres e as dores". (Séneca, A Vida Feliz, Definição da verdadeira felicidade (5)).

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